Capítulo 07

- Seu imprestável! – gritou Letícia, entrando bruscamente no quarto, batendo a porta.
– Você não serve pra nada mesmo! Eu fiquei com o carro parado na rua ontem a noite. Só voltei agora pra casa, porque tive que chamar um guincho. Sabe por que? Porque o imprestável do meu marido sequer teve a decência de completar a água de sei lá de onde. Resultado: o motor esquentou, fundiu e eu me fu...

Enquanto Letícia vomitava todas as suas grosserias, Flávio olhava para o teto, ainda lembrando do sonho maravilhoso que acabara de ter.
Não deixou de pensar que gostaria que Marcela existisse de verdade, e que talvez um dia ele poderia acordar, olhar para lado, e admirar aquela linda mulher deitada ao seu lado.
Então ele ficaria olhando para ela, velando seu sono, até que ela aos poucos acordaria.
Ela abria aquele lindo sorriso, ele a tomaria nos braços, e faria com que ela se sentisse a mulher mais amada da face da Terra.

- Você ta me ouvindo, seu idiota? – Letícia não parava de gritar.
- Por sua causa eu não vou poder ir ao Shopping hoje, almoçar com meus amigos.

Flávio sequer ouvia o que Letícia estava dizendo.
Ele estava tão feliz, que conseguiu armar uma espécie de mecanismo de defesa, que o deixava completamente surdo cada vez que Letícia o insultava.
“Aquele beijo! Foi na bochecha, mas com tanta ternura, tanto carinho! Nunca havia recebido um beijo assim!”.
Levantou-se devagar, espreguiçou-se com uma preguiça típica de um domingo, respirou fundo e começou sua rotina diária de se preparar para o trabalho.
Ele tinha uma feição diferente naquele dia, descansada, feliz. E isso deixou Letícia mais irritada ainda.

- Ah, quer saber? Eu vou pegar o SEU carro e você que se vire! – finalizou Letícia, saindo do quarto e batendo a porta.

Enquanto tomava banho, Flávio ouviu o pneu do carro cantando.
Letícia queria mostrar a ele a pirraça que estava fazendo.
De repente, uma onda de riso tomou conta de Flávio. Ele riu tanto, que quase se engasgou.
Começou a cantarolar sua música favorita.
Não sabia se chamava um taxi, ou se ia a pé para o escritório.
Olhou para o lado e viu a bicicleta de Henrique e não teve dúvidas: “o dia está tão lindo! Vou de bicicleta para o trabalho”.

Dora estava arrumando o quarto das meninas, quando Marcela acordou.
“Meu Deus, como tive coragem de beijá-lo? Ele é casado! Como vou olhar para ele novamente?”.
Temendo que a mãe a visse tão feliz, tentou esconder o sorriso, que praticamente se abria sozinho, foi até difícil de conter.
Sentiu até fome, e tratou de comer alguma coisa.
Na cozinha pôde conversar um pouco com Clara, que estava muito preocupada com a irmã.
Enquanto as duas conversavam, Marcela não resistiu e abriu um grande sorriso. Clara nunca tinha visto sua irmã sorrir dessa forma. Ficou tão feliz que segurou o choro, para que Dora não percebesse nada.
Marcela decidiu, então, ir até o rio lavar roupa, e levou Clara consigo.

- Eu vou te contar, mas você precisa jurar que não vai contar para ninguém, ouviu? – cochichou Marcela no ouvido de Clara. Ela apenas balançou a cabeça, fazendo um sinal de concordância.

Marcela contou a Clara tudo sobre os seus sonhos.
Contou sobre praia, as águas quentes e calmas, a cabana e, o mais importante: Flávio.
Tirou do bolso o papelzinho onde estava desenhando o rosto do rapaz.
Enquanto Clara lavava a roupa, Marcela terminava o desenho.

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