Capítulo 10

O lugar estava mais calmo e silencioso do que o normal.
Marcela sabia que Flávio era uma fantasia e que ela jamais o veria novamente, mas mesmo sem ele era bom estar ali, fugir do seu pai autoritário, da sua irmã invejosa, da sua mãe omissa...
Só sentiria falta de Clara.

Então ela escutou passos meio cambaleantes, vindo em sua direção.
Era Flávio. Mas ele estava diferente. Pálido. Ofegante.

- Meu Deus, o que aconteceu, Flávio?
- Desculpa ter chegado tarde ontem! Você não estava mais aqui quando eu cheguei.
- Mas você veio?
- Sim! Eu jamais deixaria de vir!
- O que você tem? Você ta estranho!
- Hoje eu vou me libertar!
- Libertar? Como assim?
- Hoje eu vim pra ficar aqui pra sempre.
- Você ta me deixando com medo!
- Não fique! A morte é só uma passagem.
- Morte? Você vai morrer?
- Todos nós um dia vamos morrer.

Flávio não se agüenta em pé, e cai deitado no chão.

- Pelo amor de Deus, não morra!!!! – desespera-se Marcela.
- Se eu morrer, ficarei aqui para sempre!
- Não! Você mesmo disse que aqui nós não estamos mortos, que isso aqui é um sonho. Se você morrer, você não vai ficar aqui!

A empregada havia esquecido de guardar algumas roupas, e se Letícia chegasse em casa e não visse tudo do jeito que queria, seria escândalo na certa.
Aproveitou que a festa ainda não havia acabado, pois com certeza iria até o sol raiar, entrou na casa, foi até a lavanderia, pegou a roupa e subiu para os quartos.
Assim que subiu, avistou Flávio caído no chão.
Ela chamou pelo patrão três vezes, mas ele não respondeu.
Ela o sacudiu, para ver se tinha alguma reação, mas era tudo em vão.
Desesperada, ligou para pedir socorro.

- O que? Não entendo, Marcela!
- Pelo amor de deus, Flávio, não morra! Você é meu único amigo! Se você se for eu ficarei sozinha nesse mundo!
- O que? Não entendo o que você está falando!

Os paramédicos levam Flávio para o hospital, semi-consciente.
No trajeto, Flávio teve uma parada cardiorrespiratória.

- Flávio, por favor, fala comigo! – pede Marcela, desesperada e chorando muito – eu te amo, Flávio! Você não pode me deixar agora!

Na UTI os médicos tentam bravamente salvar a vida de Flávio.
Sérgio, Paula e Letícia encerraram a festa e foram direto para ao hospital.
Sérgio fica arrasado. Ele pega Letícia pelo braço, dá um tapa em sua cara, vira-a contra o vidro e diz:

- Ta vendo isso? Ta vendo isso? Isso tudo é culpa sua! Se ele morrer eu mesmo vou me encarregar de matar você!

Letícia chora muito, não entende bem o que está acontecendo, pois está muito bêbada.
Mas ela consegue assimilar que a situação não está boa, e que Flávio pode morrer.
Sérgio chama um enfermeiro e pede para levar Letícia para tratar da bebedeira.

- Flávio, por favor, fala comigo! – repete Marcela, insistentemente.

Desesperada, Marcela o abraça com força, e percebe que ele não está respirando.
Lembrou-se dos filmes que via na TV, quando os médicos tentavam ressuscitar algum paciente.
Deitou Flávio novamente no chão e começou, do jeito que podia, a fazer uma massagem cardíaca em Flávio. “Reage, por favor!”, insistia Marcela.

No hospital, os médicos finalmente conseguem sentir pulso em Flávio, mesmo que fraco, bem fraco. Ele está respirando, mas está em coma.

Flávio abre os olhos e fica encarando Marcela, como se quisesse dizer algo, mas ele não consegue falar.
Marcela apenas o abraça forte, enquanto acaricia seus cabelos e agradece a Deus por não ter perdido seu melhor amigo, seu grande amor.

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